Desde muito cedo o governo do PT dividiu não só a sociedade
brasileira em pobres e ricos, povo e elite, nós e eles etc., mas dividiu a
própria esquerda universitária e partidária e também os adeptos e militantes da
Teologia da Libertação.
Enquanto alguns desses teólogos assumiram alegremente a
defesa e assessoria do governo de Lula como foi o caso de Leonardo Boff, outros
entraram de corpo e alma para administração como o caso do Frei Betto que
assumiu o comando do Programa Fome Zero; outros preferiram um apoio discreto
como no caso de Clodovis Boff outros ainda passaram a criticar o caráter
assistencialista e não emancipador dos programas sociais do novo governo como
foi o caso de Rosalvo Salgueiro.
Inicialmente estes embates ficavam restritos aos ambientes
das faculdades de teologias, das comunidades das religiosas e populares em que militavam, porém
aos poucos as divergências foram se manifestando e hoje há um confronto aberto,
para não dizer conflito, entre estes nomes que em verdade acabam representando subcorrentes
dentro dessa escola teológica.
Clodovis Boff que é irmão de sangue de Leonardo Boff e padre
da Ordem dos Servos de Maria fez uma releitura dos postulados da Teologia da
Libertação e foi duramente criticado pelos colegas e hoje é tido, por muitos, como
um prófuga dessa corrente teológica, muito embora muitos outros ainda continuem
defendendo sua contribuição.
Para entender estes posicionamentos é bastante ilustrativo o embate que ocorreu na página oficial do Leonardo
Boff nos tempos áureos de popularidade do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.
Leonardo Boff havia escrito um artigo criticando a
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e se solidarizando com o Bispo
Erwin Krältler, ao que Rosalvo Salgueiro questionou.
Veja o diálogo: