Colômbia, México, Canadá e Nigéria resistem às taxas impostas por Trump; Lula acena reação

A taxação imposta por Donald Trump, presidente dos USA, foi respondida à altura e o impacto negativo para os planos ianques foi prontamente sinalizado pelo mercado financeiro. O dólar recuou 5% no mês de janeiro, fazendo com que o mandatário estadunidense também retrocedesse em sua atuação.

Trump declarou que países sul-americanos como Colômbia, Brasil e México não podem fazer frente a seu governo porque estes são "quem depende dos USA e não o contrário". Ele impôs uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses e 25% sobre os produtos mexicanos, colombianos e os canadenses.

              

     Gustavo Petro destacou as leituras geopolíticas distintas dizendo que Trump considera os colombianos como uma "sub-raça"

A resistência latino-americana foi liderada pelo presidente colombiano Gustavo Petro. Ele devolveu os 25% de tributos sobre produtos dos USA logo após a mesma porcentagem ter sido aplicada aos produtos da Colômbia. Sua carta direcionada nominalmente para Trump inflamou a discussão sobre o tema. 

"A população dos USA está pouco acima dos 330 milhões de habitantes. É um mercado pequeno se for comparado ao contingente populacional bilionário dos países que compõe o bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na verdade, são os USA quem depende deste mercado consumidor. É justamente essa imensa população que faz a demanda do fornecimento de petróleo e gás norte-americanos", explica Rosalvo Salgueiro, teólogo, filósofo e líder do Movimento Terra de Deus, Terra de Todos.    

Claudia Sheinbaum, presidenta do México, também conseguiu uma vitória importante. Ao negociar acerca da segurança na fronteira entre os dois países, Sheinbaum costurou um acordo que congela o referido aumento nas taxas sobre as transações comerciais. 


Claudia Sheibaum, presidenta do México, não permitiu a subida nas taxas comerciais ao garantir segurança na fronteira,
 principal entrada de imigrantes ilegais nos USA. Crédito: Claudio Cruz/AFP

O México reforçará imediatamente a fronteira norte com 10 mil membros da Guarda Nacional para impedir o tráfico de drogas do México para os Estados Unidos, particularmente fentanil. Enquanto isso os USA  ficam comprometidos em trabalhar para impedir o tráfico de armas de alta potência para o México. "As equipes dos dois países começarão a trabalhar em duas frentes: segurança e comércio", publicou a governante mexicana em suas redes sociais.

Já o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou no último sábado, dia 1, tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões de produtos dos USA. “Isso inclui tarifas imediatas sobre US$ 30 bilhões de produtos a partir de terça-feira (4), seguidas por tarifas adicionais sobre US$ 125 bilhões de produtos americanos em 21 dias para permitir que empresas canadenses e cadeias de suprimentos busquem alternativas”, disse Trudeau em entrevista coletiva em Ottawa. Logo em seguida, os canadenses se juntaram aos termos do mesmo acordo feito com os mexicanos. 

* Este texto conta com informações da agência Reuters


NIGÉRIA TOMA MEDIDAS DRÁSTICAS

O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, foi enérgico em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos. Tinubu ordenou a retirada da Nigéria do mercado de ações norte-americano, fechou a embaixada nigeriana nos EUA e bloqueou todas as exportações de petróleo para o país. Além disso, determinou o encerramento da residência oficial nigeriana em Washington, DC.


Tinubu, presidente nigeriano, decidiu brecar as exportações de petróleo aos USA. Crédito: Wale Odunsi/Daily Post (NIG)

Em seu pronunciamento, Tinubu destacou que a Nigéria “não é um país africano qualquer ou insignificante” e reafirmou que qualquer tentativa de sanção será respondida de forma equivalente. A posição do líder nigeriano reflete uma postura de resistência e defesa da soberania do país no cenário internacional.

* informações da Revista da Lusofonia
@revista_da_lusofonia


LULA ENSAIA TOMAR POSIÇÃO SEMELHANTE; CHINA PROMETE GUERRA COMERCIAL

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, afirmou que atuará com “reciprocidade” caso ocorra um aumento tarifário dos USA para com o Brasil. “É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos dos brasileiros. Taxar os produtos que são exportados para os EUA, não tem nenhuma dificuldade”, replicou Lula.

Por outro lado, a China respondeu com veemência. Trump manteve a taxa de 10% sobre todas as importações chinesas mesmo após reunião com o presidente Xi Jin Ping. O argumento é de que a China não interrompe o fluxo de drogas para o Estado norte americano, sobretudo o fentanil. Prontamente Ping retaliou os USA com tarifas sobre petróleo, gás natural, carvão, indústria automobilística e produtos agrícolas.