sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Aldeia Juventude pela Paz celebra vinte anos de existência em Pilar, na Argentina

Crédito: Reprodução


Na periferia de Buenos Aires, existe há vinte anos um centro com atividades educativas, culturais e esportivas para jovens em situação de vulnerabilidade social. A Aldeia Juventude pela Paz, em Pilar, celebrou seu aniversário nessa semana. No evento que comemorou a data, estavam presentes administradores do local e autoridades governamentais.


"Hoje é um dia muito especial para a aldeia”, disse Pérez Esquivel durante a abertura do evento comemorativo. “Marca vinte anos de trabalho para que possamos sorrir para a vida, para que possamos ser homens e mulheres melhores, num momento tão difícil para o país, de tanto negacionismo.”


Pérez seguiu em seu discurso: “A democracia não é dada, é alcançada. Somos responsáveis ​​pela construção democrática se quisermos um mundo melhor. (...) Queremos um país de homens e mulheres livres e é por isso que lutamos. Este é o legado que deixamos."


Ações efetivas 


No amplo espaço da Aldeia, os jovens podem aprender diversos ofícios, como panificação, artesanato, apicultura e marcenaria. Para diversão, o complexo conta com um campo de futebol bastante popular entre os jovens. As iniciativas atendem semanalmente há cerca de 50 jovens de idades entre 12 e 17 anos


“Consideramos que esta é a faixa etária em que estão mais vulneráveis”, defende Ana Almada, presidente do Serpaj (mantenedora do local) desde 2020. “Porque é quando abandonam o ensino fundamental, o ensino médio ou são expulsos." Ela foi ouvida para uma matéria do site Página 12.


Parceiro na arte e na luta


Entre as atrações artísticas do dia, a Aldeia Juventude pela Paz contou com a presença do cantor Leon Gieco, que se apresentou na ocasião. No repertório, músicas de sua carreira e outras canções que remetem à luta política.


“Tem gente que nunca briga, não tem vontade de lutar, então nunca briga na vida”, disse o artista no palco. “Há outros que têm vontade de lutar e temos que lutar a vida toda. Ou seja, a luta é permanente, para conseguir um mundo melhor."


Histórico


O local, que era uma escola de formação profissional até o governo Menem (1989-1999), conta com o trabalho de mais de vinte profissionais, entre educadores e trabalhadores de zeladoria. A maioria doa sua mão de obra voluntariamente para a iniciativa. Eles atuam no atendimento de jovens que enfrentam em seu lar situações como extrema pobreza, violência, vícios e proximidade com o crime.


Apesar da jornada vitoriosa, o futuro da Aldeia Juventude pela Paz não está totalmente assegurado, uma vez que a iniciativa é financiada por verbas governamentais, sujeitas aos ventos políticos. Na era Macri (2015-2019), a edificação foi almejada para privatização e ameaçada de ser demolida. “Atearam fogo na floresta e desmantelaram parte do local", relata Almada.


Para ler a matéria (em espanhol) do site jornalístico Página 12, clique aqui.


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