quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Rosalvo Salgueiro é reeleito para Conselho Gestor do FPHIS

Rosalvo Salgueiro (esq.) e José Valdecir Evangelista durante sessão de eleição do CGFHIS

Na manhã da última terça (7) aconteceram eleições importantes para o tema habitação no estado de São Paulo. Movimentos populares com atuação regional enviaram seus representantes na sede da CDHU, no centro da capital, para a escolha dos integrantes do Conselho Estadual da Habitação (CEH) e do Conselho Gestor do Fundo Paulista (CGFPHIS) de Habitação e Interesse Social. As eleições são para cargos no triênio 2024-2027.

A primeira escolha foi de Rosalvo Salgueiro, coordenador geral do Movimento Terra de Deus Terra  Todos, como titular no CGFPHIS. Para a suplência, os votantes aprovaram o nome de José Valdecir Evangelista, da Federação de Luta das Associações e Movimentos de Moradia do Estado de São Paulo (FLAMMESP). Na gestão atual, Rosalvo já atua como conselheiro na instituição. Como só há a possibilidade de apenas uma reeleição para o cargo, ao final de 2027, os movimentos sociais precisarão eleger outro nome para o posto.

Em seguida, foram escolhidos os nomes para para compor o CEH. São eles: Antônio Pedro de Souza, conhecido como Tonhão (MDM); João Bosco Costa (Associação dos Moradores do Jardim Redil e Adjacências); Maria Bezerra de Menezes, conhecida como Socorro (Associação dos Moradores da Favela do Jardim Helena); e William Eilert (FLAMMESP). Os suplentes eleitos são Carlos Antônio Matos, conhecido como Tony (União dos Moradores e amigos do Jardim Antártica);  Ivanete Araújo (ACMLJ); Roberto Santos (Associação de Luta por Moradia Vermelho para Lutar); e Vani Poleti (MOHAS).

Vitória no consenso

As votações começaram mais tarde do que o horário estipulado inicialmente porque os ativistas estavam negociando a formação das chapas únicas, posteriormente eleitas de forma unânime. “É o acordo possível”, disse Rosalvo Salgueiro quando apresentou os nomes à mesa diretora depois de intensa negociação. “É uma grande vitória conseguir unir as vozes de movimentos de atuação tão diversa”, relatou posteriormente à Revista Centelha.

O consenso também foi elogiado pelo secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) Marcelo Branco. “No Conselho Estadual da Habitação, se desenham as políticas habitacionais do Estado”, disse o secretário. “Esperamos que haja a voz de todos os presentes aqui.”

Annamaria Braia, secretária executiva da Subsecretaria de Habitação Social, coordenou as atividades e destacou a relevância do FPHIS. “Ele cuida da aplicação do orçamento do Estado, ou seja, é um conselho executivo que discute os programas e a aplicação dos recursos”, explicou. “Ao final do ano, existe uma prestação de contas para verificar se o que foi combinado foi realmente aplicado.”

Consenso ruidoso

Apesar das eleições de forma unânime, os presentes na sessão perceberam que há divergências entre os representantes do movimentos sociais. “As diferenças são parte da democracia e esperadas dentro de um campo tão vasto de atuação”, ressaltou Rosalvo Salgueiro.

Durante as votações, houve quem chamou o acordo costurado pelos movimentos como um “jogo de cartas marcadas”. Outro momento de distensão se deu quando uma das suplentes fazia uma saudação a todos os presentes usando o pronome neutro todes. Após acusação de usar termos que não existiriam, a ativista fez questão de salientar que o acolhimento da diversidade sexual não apenas existe como precisa ser reforçado sempre que possível. Em seguida, sua fala foi acolhida pela maioria dos presentes, em demonstração de qual o norte das lutas sociais nesse tema.


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