Movimento Popular de Habitação inicia a entrega do Residencial "São Carlos do Brasil”, em Embu das Artes

 MOVIMENTO TERRA DE DEUS, TERRA DE TODOS; da Zona Leste de São Paulo, projetou megacondomínio popular para abrigar 2331 famílias

 

Mesa com computador em cima de prédio

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O Residencial São Carlos  do Brasil, em Embu das Artes. Crédito: acervo pessoal.



 por Bessa Luna,
 São Paulo-SP, 25/03/2025

 

Em fevereiro de 2025, a Revista Centelha presenciou a entrega das primeiras 432 unidades que fazem parte do Residencial São Carlos do Brasil, em Embu das Artes. Um resultado que envolve gestões públicas e privadas, mas cuja essência vem diretamente do povo, por meio do movimento popular chamado “Terra de Deus, Terra de Todos”.

A partir dessa articulação social, os primeiros responsáveis pela ideia de ocupar legalmente o terreno mobilizaram milhares de pessoas para reivindicá-lo. Um número pequeno para quem usa as redes sociais atualmente, mas significativo porque nunca foi apenas virtual

Na área da habitação os resultados só aparecem quando de fato se materializam. Quem desconhece as leis, a história, os direitos e deveres dos cidadãos e do Estado chamaria essa empreitada de "sonho”. Mas o conhecimento da causa é essencial e esta associação tem a prerrogativa de ter finalizado todas as obras que prometeu, ganhando editais e fazendo parte da distribuição pública de recursos. São mais de 50 mil moradias entregues, direta ou indiretamente durante 41 anos de atuação.


Em agosto de 1986, o Movimento se manifestou pelas ruas de São Paulo. Crédito: acervo pessoal


Portanto, é um procedimento técnico que vai muito além de promessas. São verdadeiras realizações sociopolíticas em prol das pessoas que pagam aluguel ou simplesmente não têm onde morar. Tão real quanto a liberdade e pertencer efetivamente ao espaço que chama de seu, além de oferecer uma herança para seus descendentes.


 
Imagens dos primeiros moradores ocupando os prédios Antônio Conselheiro e Adriano Branco. Crédito: acervo pessoal.


As obras se encontram em andamento e à medida que os prédios ficam prontos os moradores ocupam seus apartamentos. Nos prédios batizados em homenagem a Antônio Conselheiro e Adriano Branco, os primeiros 432 já deram entrada. Inclusive, tiveram  a iniciativa de construir um espaço comercial dentro de seus condomínios onde a atividade de uma padaria ajudará a pagar as despesas condominiais. 

O projeto inclui o desenho e a pavimentação de novas ruas para facilitar o deslocamento, incluindo duas linha de ônibus passando pelo local. Uma vai até o Capão Redondo e a outra passa pelo centro de Embu das Artes.

Cada um dos condomínios entregues tem sua portaria monitoradas 24h pela equipe de segurança e câmeras particulares. A Polícia Militar também instalou postes com câmeras 360° nas vias de acesso aos prédios, com o programa de reconhecimento facial.


 

Clique para ampliar as imagens aéreas do megacondomínio. Crédito: acervo pessoal

A família Salgueiro, de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, concebeu duas lideranças fundamentais para que o projeto saísse do papel. Os irmãos José e Rosalvo. O primeiro, mais velho, foi quem lutou na prefeitura pela cessão do terreno para a construção das moradias populares. José Salgueiro faleceu e foi homenageado batizando a principal rua do complexo residencial.


   
Pessoas em pé na calçada

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Rosalvo Salgueiro liderando o movimento social paulistano em prol de moradias populares em dois momentos distintos: Acima, em 2025, abaixo nos anos 90. Crédito: acervo pessoal

 

 Rosalvo por sua vez, filósofo e teólogo, seguiu a toada enfrentando quase duas décadas de labuta com toda sorte de percalço. O coordenador geral do Movimento Terra de Deus, Terra de Todos relata no vídeo abaixo a ocasião na qual os critérios de financiamento da Caixa Econômica Federal desenquadrou uma quantidade enorme da demanda em Embu das Artes. Foi um momento crítico para Rosalvo, pois durante anos ele se reuniu mensalmente com a população - sempre empenhando sua palavra de que todos os inscritos teriam o seu apartamento.

Ele relata como foi o encontro excepcional diretamente com o então governador de São Paulo, João Dória, no Palácio dos Bandeirantes:






Dessa maneira, Rosalvo Salgueiro seguiu formando uma equipe de gestão deste empreendimento que, posteriormente, viria a ser liderada por Alexandre Mendes, um homem negro, original de São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo.

No dia da entrega das chaves, Alexandre completava sete anos de uma jornada de ascensão. Até então era o maior projeto de sua carreira, no qual estava coordenando com sucesso – e alívio! - mais de duas mil famílias associadas ao Movimento. Ele conta, em primeira pessoa, que foi quase uma década botando “a cara e coragem” para descobrir potências pessoais que até então desconhecia:


Alexandre Mendes, coordenador do Movimento Terra de Deus, Terra de Todos. Crédito: Bessa Luna



Nesse processo do Residencial São Carlos em Embu das Artes, houve uma licitação em 2007 e quem ganhou foram duas entidades, a Pastoral Social e o Núcleo Betel.

Essas duas entidades que ganharam, tinham direito de escolher uma área para credenciamento. O coordenador (José) Salqueiro, do Núcleo Betel, fez a escolha dessa área que vai receber o nome de São Carlos Brasil.

Eu entrei nesse processo como coordenador da Pastoral em 2019 e, de lá para cá, fiquei cuidando de toda a demanda de entrega, de quem vai ser atendido, acompanhando a obra, etc.

Todo esse processo eu cuidei pessoalmente. Desde a indicação das famílias pela Pastoral Social junto a entidades parceiras do próprio movimento ou de outras entidades indicadas pela CDHU, pela Prohabitação - que é da Prefeitura de Embu.

Ou seja, todas as famílias atendidas nesse empreendimento foram indicadas pela Pastoral Social e eu que coordenei esse processo. Fiz a indicação de todos esses nomes e entrega de documentação.

É um trabalho que exige muita presença física. O pessoal que acha que é fácil, que é “mamãozinho” não sabe que são quase 200 km o caminho de ida e volta entre São Miguel Paulista (sede do Movimento Terra de Deus) e Embu das Artes.

Teve uma época que eu fazia esse caminho três, quatro vezes por semana.

Por isso eu estava ficando ansioso nos últimos dias enquanto não marcavam essa entrega.

Por que no meu celular tinha umas 200 mensagens não lidas logo de manhã.

Quando chega nesse momento é uma realização tão grande estar cuidando de várias famílias pelas quais você sempre lutou, entende? Não é só o seu sonho.

As pessoas falando:

 “Ah, Alexandre Quando que vai ser a mudança?”

“Quando que vai entregar a chave? Meu aluguel está vencendo!”

“Minha casa nessa última chuva alagou!”

Todas essas emoções, eu sentia o que as pessoas sentiam. Você traz para você e carrega um pouco. Por mais que não seja sua, você carrega. Poder entregar essas unidades é muito mais emocionante. A carga emocional disso é maior do que eu receber e minha própria chave.

Era sobre isso que eu queria falar com vocês hoje. O meu sonho é coletivo.

 Meu sonho é realizar para todas aquelas famílias.

  Então, enquanto todas elas não tiverem nas suas unidades eu não vou sossegar. 

Eu não vou parar porque essa luta não é de hoje.

É uma luta que vem com todas as pessoas que vieram antes. Hoje eu represento tudo isso e cuido desse processo. Hoje, 432 chefes-de-família vão sair felizes.

Pessoas que nunca pensaram em movimento social estão se inspirando no que a gente está fazendo agora. E pessoas que nem sabiam o que um movimento faz, estão descobrindo.

 É uma luta enorme pra chegar até aqui.

E hoje é o dia da realização. o dia de hoje é muito especial.

 

Homem de óculos com a mão no rosto

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Rosalvo Salgueiro e Alexandre Mendes no condomínio Antônio Conselheiro, parte do Residencial São Carlos do Brasil. 

Crédito: Bessa Luna

 

A figura do Rosalvo foi muito importante pra mim.

Eu sempre procurei ver como ele se comportava e falava para entender como me comunicar com essas pessoas. Em muitas reuniões; se eu entrava quieto, saía calado. Não falava nem “oi”. Eu realmente estava ali pra aprender, pra ver como que funciona. Até onde eu posso me posicionar e como posso me posicionar.

Se hoje eu falo com segurança sobre várias coisas, foi porque eu aprendi muito com essas pessoas. Foi porque eu conversei muito com elas no dia a dia.

Querendo entender quem são elas, como elas funcionam.

Às vezes estou em reunião com uma construtora, onde o pessoal está falando difícil, de uma maneira mais técnica e já vou traduzindo na minha cabeça:

“Como eu vou repassar essa informação de uma maneira que a população entenda os porquês desse processo?

É uma característica minha. Eu procuro facilitar as coisas torná-las o mais simples possível.

Tenho que entender o lado da empresa construtora.

Tenho que entender o lado da CDHU, das autoridades, do governo.

Mas também tenho que levar o ponto de vista da necessidade dessas famílias.

O que elas precisam pra resolver seus problemas.

Eu era visto como “o menino do Rosalvo”.

É o menino que tá vindo aqui e que o Rosalvo mandou fazer. Tive que mostrar ser capaz profissionalmente de estar ali com autoridade.

Me vi tendo que fazer reuniões com diretores, com o dono da construtora, com supervisores, gestores. Tudo isso eu já trabalhava, mas não no topo da pirâmide.


Alexandre e Eliane Simões, presidente da construtora Ecovita. Ao fundo, de amarelo, Clidenkelim Costa, também coordenadora do “Terra de Deus”. Crédito: Bessa Luna.


 E tratar com o “alto escalão” desde 2019 até o dia hoje, foi a parte mais difícil. Porque eu nasci em comunidade, nasci em região periférica. Falar com a periferia, com o pessoal que é analfabeto, ou que não teve acesso a instrução pra mim é normal.

Esse é o meu dia a dia durante a minha vida inteira.

Eu conversava com parentes, com amigos e até hoje alguns deles não têm instrução escolar ou algo do tipo.

Uso muito uma frase que é o seguinte: “eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.”

Hoje, dentro de uma obra, ninguém fala assim:

“O menino do Rosalvo está barrando alguém.”

 Não, sou o Alexandre e tenho argumentos técnicos.

Nesse processo, por saber quem eu sou, por saber a minha cor, a minha característica, sei que muitas pessoas, principalmente nesses lugares, olhavam e:

 

“O que esse cara está fazendo aqui?”

Assim como a Sheila, que é a síndica do Premium 1,

O Wellington, que é o síndico do Premium 2,

causa estranheza pra muitas pessoas.

 

Os nossos dois síndicos são pessoas negras retintas.

 

Pessoas posando para foto

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Equipe de coordenação do Movimento Terra de Deus visitando os moradores do Condomínio Antônio Conselheiro

Crédito: Bessa Luna


  

Não foi uma coisa escolhida por cota. Não, fomos buscar tais características, nunca foi isso.

Eles foram eleitos por votação e eles argumentaram, o pessoal votou.

É pelo mérito, né?

 Pessoas pretas retintas e que não sofrem qualquer preconceito da nossa parte. Vão ter o amadurecimento deles nessa questão administrativa, eles estão discutindo muito, troco ideia com eles direto.

Muitas questões sobre se tornarem síndicos profissionais, entender como funciona o processo de administrar um condomínio. Isso vai causar o um desenvolvimento pessoal pra eles.

Mas já estão lá por mérito deles,

 talvez por conta de representatividade, pelo pessoal ver alguém preto à frente, tomando as decisões, conversando com os diretores.

Foram 18 anos e “Nós” ganhamos.

 Desde 2007 pra chegar até hoje, o dia de entrega.

E nesses 18 anos, quando você está à frente, você é desacreditado.

Você é ofendido de várias maneiras.

E eu sozinho tinha a certeza da minha verdade:

 de que eu não sou nenhum golpista e não estou aqui para enganar as pessoas.

 

Uma imagem contendo pessoa, no interior, homem, mesa

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A imagem retrata a rotina da equipe que coordena o Movimento Terra de Deus: muita atenção com documentos e trâmites que podem mudar a vida de milhares de pessoas. Crédito: Bessa Luna.

 

Eu não sou o mesmo Alexandre de 15 anos atrás.

Eu sou uma pessoa totalmente diferente.

O Alexandre de 15 anos atrás nem sabia o que era identidade racial.

Quando fui trabalhar com um grupo de pessoas que eu nunca tive acesso e que eu não conhecia tive que me adaptar a muitas coisas. Inclusive, alguns olhares, digamos...

...preconceituosos.

Eu sabia que era preto. Eu sempre soube.
Nunca ninguém precisou me falar que eu era preto.
 Mas eu... eu não tinha um comportamento de negro, vamos dizer assim.


E não é um comportamento de uma maneira persuasiva; falando, me posicionando para os outros. É um comportamento no sentido de me identificar como negro no mundo. Eu tinha muitos comportamentos que eram embranquecidos a fim de ser aceito pela sociedade.

Esse processo de identidade começou a mudar no decorrer da minha vida em geral.

Comecei a cursar Direito justamente por causa disso.

Meu psicólogo também me ajudou muito. Porque eu mesmo, às vezes, não me enxergava.

Às vezes, eu olhava e falava:

“o que eu tô fazendo aqui?”

“Por que que me colocaram nessa situação se o outro não me respeita e eu também acho que eu não preferia estar aqui?

E eu sei que o local que eu estou hoje ainda não tem representatividade. Não tem muitas pessoas negras ocupando, apesar das cotas raciais, etc. Você entra numa reunião com diretoria e não vê preto na mesa.

Mulher, só loira. Você não vê mulheres de pele parda numa mesa de diretoria.

Nem vou falar das retintas, né?

São majoritariamente homens brancos de 40 anos, 45 anos pra cima.

E eu sei que eu estar nesse lugar já causa estranheza.

Causa incômodo.

 Pra não generalizar, nem todos sentem incômodo, é verdade.

Mas causa estranheza nas pessoas que estão nesse local.

 

(...)

 

Pessoas sentadas ao redor de uma mesa

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José Valdeci e Rosalvo Salgueiro, Fimaprom e Terra de Deus, duas entidades que representam o movimento popular por habitação junto ao conselho deliberativo do FPHIS (Fundo Paulista de Habitação e Interesse Social). Crédito: Rádio Planeta Pan


O Movimento Terra de Deus nunca levantou bandeira, o Rosalvo sempre fala isso. Mas nós sempre lutamos pelo direito de todos. E o direito é de todos.

Se é de todos, não importa se a pessoa é negra, se é branca, se a pessoa é LGBTQIAPN+.

E se entendemos que é um direito da pessoa, nós vamos lutar por ele. A história da Cacá é muito marcante por isso. (Cacá é uma associada que se identifica pelo gênero não-binário e foi contemplada com um apartamento na zona leste de São Paulo)

Ela foi a primeira família reconhecida como homoafetiva na CDHU. Até a história da Cacá, as famílias homoafetivas assinavam como amigos, como parentes, como qualquer outra coisa. Mesmo como uma relação homoafetiva.

A Cacá começou a mudar essa história: Não, eles não são amigos. Eles não são parentes.

É um casal. E tem que ser reconhecido como casal. Então, são pequenas coisas que nós fazemos e acreditamos que mudam muita coisa.

E esse processo vem das referências que nós temos. Minha mãe me ensinou muito a minha vida inteira. Aprendi muito com ela, aprendi muito com o Rosalvo.

Aprendi muito com a Ludmila Costa.

Com o José Salqueiro, que já partiu.

São pessoas que lutaram no movimento por muito tempo.

A gente vai avançando na idade e percebendo que temos as características deles.

Isso foi nos trazendo para o local onde estamos.

 

Homem segurando um celular

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Bruna Salgueiro, técnica social, pedagoga e pesquisadora de processos decoloniais no século XXI, palestra aos associados do Movimento ao lado de seu pai, Rosalvo. Crédito: Bessa Luna.


 

O movimento só é o que é hoje por todas essas pessoas que são envolvidas.

Quando eu me inscrevi a minha mãe brincou comigo porque ela falava que eu era muito novo pra me inscrever.

Eu me inscrevi porque eu já conhecia o movimento e já entendia como funcionava e que não podia ocupar a vaga de outra família.

Quando eu me inscrevi eu falei:


“Mãe, um dia eu vou me casar. Um dia eu vou ter filhos e eu quero ter meu apartamento.

E, por incrível que pareça, quando fui contemplado no movimento, já tinha a minha esposa e o meu primeiro filho.

Quando fui assinar o meu contrato de aquisição do apartamento, fiz a retirada na estação Santa Cruz.

Nós voltamos de metrô e eu ficava só olhando pro contrato!

Eu não olhava pra lugar nenhum, só ficava olhando pro papel na minha frente.

 

Nilda Mendes, coordenadora do Movimento Terra de Deus, Terra de Todos desde 1998.
Crédito: acervo pessoal.

 Citar a mãe de Alexandre é fundamental tanto para contar sua história particular quanto a do próprio movimento social. É uma família que se funde ao legado dos 40 anos de luta por moradia popular. Nilda Mendes, mãe solo, coordena o atendimento às famílias há 27 anos. Um trabalho de assistência social totalmente empírico, baseado na sua sensibilidade e traquejo para resolver todo tipo de demanda.

O trabalho de uma matriarca, invisibilizado ao longo da recente história humana, tem grande valor nas ações do movimento. O zelo, o bem-estar, a acomodação e o conforto de cada associado é responsabilidade dela. Nilda descreve com suas próprias palavras sua experiência mais significativa nessa atuação:

 

Homem olhando para o lado

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Nilda Mendes, à direita, durante reunião com os associados. Crédito: Bessa Luna


Falar do Movimento Terra de Deus, Terra de Todos é muito fácil.

Porque eu me formei nesse projeto.

Foi através dele que eu consegui ter um apartamento digno pra pôr meu filho pequeno.

Depois eram dois filhotes pequenos!

E de lá pra cá, só realizações.

Vejo que o movimento é tão grandioso que ele consegue fazer com que as famílias tenham um apartamento e ter uma vida mais digna. É uma emoção tão grande você estar nesse dia pegando a sua chave... cada um tem o seu momento especial.

É impressionante! Só quem realmente tem esse momento de chegar até pegar a chave pode explicar o que eu estou tentando passar.

Então, obrigado Movimento Terra de Deus, Terra de Todos!

Por me aceitarem como uma coordenadora há mais de 25 anos.

E foi através dele que meus filhos conseguiram pegar os apartamentos deles junto com tantas outras famílias.

 

 

Associados do Movimento comemoram o dia da entrega das chaves no condomínio Antônio Conselheiro. Crédito: Bessa Luna

  

SÃO CARLOS DO BRASIL

 

O complexo residencial foi batizado em homenagem a Dom Carlos Duarte Costa, um bispo católico excomungado pela Santa Sé que, posteriormente, fundou a Igreja Católica Apostólica Brasileira.

Lembrado como “São Carlos do Brasil”, denunciou a ligação entre o Vaticano e o fascismo durante o governo de Getúlio Vargas. Dom Marcelo Pires, bispo da ICAB residente em Nova Iorque, é graduado em filosofia pela UFBA e dissertou sobre esta e outras ações que marcaram a biografia de Dom Carlos Duarte Costa: “Vários elos ou situações foram se formando e entrelaçando-se umas às outras, resultando no surgimento de uma nova corrente ideológica no seio da Igreja Romana, que de alguma forma se desvincula dos grilhões do Vaticano”, ele introduz.

Podemos ilustrar, como alguns anéis dessa corrente, a ativa participação do bispo de Maura na Revolução Constitucionalista de 1932; seu prefácio no livro O Poder Soviético do Rev. Hewlett Johnson, Deão de Canterbury; suas exposições públicas ao apontar os erros científicos das Encíclicas Papais, por exemplo”, ele explica.

A REVISTA CENTELHA teve acesso a documentos históricos organizados pelo CETAS (Centro de Estudos Teológicos e Ação Social), digitalizando o conteúdo da revista A LUTA,  publicada por Dom Carlos Duarte Costa na primeira metade do século passado.

Organizamos em capítulos esse legado que ficará disponível para consulta, na nossa editoria Memorial (basta um clique nas opções do subtítulo da página inicial da CENTELHA). O conteúdo da revista A LUTA será publicado com as imagens originais para consulta de pesquisadores nas áreas de Teologia, Semiótica e afins.

Você pode conferir o primeiro capítulo deste material clicando neste link.

Homem de chapéu e gravata vermelha

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Dom Carlos Duarte Costa, patrono da Igreja Católica Apostólica Brasileira

 


 

Novas vagas

 

No momento o Movimento Terra de Deus, Terra de Todos recebe inscrições apenas para a quem tiver interesse em morar na zona leste, no bairro de Guaianazes.

O movimento tem projetos em andamento nos bairros paulistanos de Guaianazes, São Mateus e Bresser. Além é claro, do Residencial São Carlos do Brasil em Embu das Artes.

Em suas páginas das redes sociais divulga também os primeiros passos junto aos associados do estado do Ceará, no Nordeste. A expectativa é de empreender em pelo menos quatro cidades do interior do estado, ou seja fora da capital Fortaleza.