Esquivel faz apelo pelo cessar-fogo na Palestina

O filósofo e ativista argentino acusa a ONU de um "silêncio cúmplice" 

sob as ordens dos EUA



Adolfo Perez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz. Crédito:: arquivo pessoal


Da Redação, São Paulo, SP


O ativista argentino Adolfo Perez Esquivel notabilizou-se mundialmente ao receber o Prêmio Nobel da Paz em 1980 e ontem, aos 93 anos, manifestou através do Serviço de Paz e Justiça (SERPAJ) sua indignação diante dos ataques israelenses em Gaza. O sofrimento do povo palestino, segundo ele, necessita de uma mobilização mundial da ONU para acabar.

O SERPAJ é uma organização latino-americana que atua em prol da paz e da não violência ativa. Defende os povos originários da América e sua memória, bem como crianças e jovens em situação de risco, com programas educacionais.

Leia abaixo o texto assinado por Esquivel sobre o genocídio praticado em Gaza:


 "Apesar dos protestos globais e dos pedidos para que cesse o massacre contra o povo palestino, Israel continua seus ataques com total impunidade, respaldado pela cumplicidade dos EUA.

O silêncio cúmplice da ONU e do Parlamento Europeu é alarmante. A violência escalou para níveis catastróficos, arrastando o mundo para algo que o Papa Francisco já advertia: 

"Uma terceira guerra a conta-gotas"

Milhões de refugiados sofrem os embates da guerra, a fome e a desesperança, enquanto a comunidade internacional assiste impassível.. A fome é uma outra forma de guerra: silenciosa, mas igualmente letal.


Inclusive dentro de Israel, setores do povo judaico alçam suas vozes contra a barbárie, gritando: "Não em nosso nome", exigindo que o genocídio tenha um fim.


A corte penal internacional já acusou o primeiro ministro Benjamin Netanyahu de crimes de guerra e genocídio. No entanto, ele segue bombardeando Gaza, tentando exterminar e desabrigar o povo palestino para se apod0erar de suas terras.

A comunidade internacional deve atuar prontamente:


1 - exigir o cessar-fogo imediato.

2 - Promover o diálogo como único caminho para uma paz justa.

3 - Reconstruir Gaza e garantir dois Estados livres e soberanos.


O genocida Netanyahu deve ser julgado pela Corte Penal Internacional. Seus crimes não podem ficar sem castigo.

A ONU não pode seguir paralisada pelo veto dos EUA. É urgente convocar a Assembleia Geral para frear a escalada bélica global e pôr fim à guerra. Sua responsabilidade é buscar os caminhos da Paz e o direito dos povos a sua autodeterminação e soberania".